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Arquivos da semana sem Internet: Uma grande crise existencial que me rodeia



Bom, o que dizer quando suas expectativas são totalmente destruídas por uma avalanche nacional de falta de dinheiro e de investimento com tecnologia?
Uma simples jovem que estuda assiduamente programação e que, segundo professores, tem um grande potencial: essa sou eu. Mas quem diz que há alguma oportunidade para mim? Realmente as coisas estão bem difíceis. Me sinto muito insegura, pois eu posso a qualquer momento perder tudo que eu tenho.
Preciso trabalhar, preciso estagiar. Seiscentos reais me resolvem. Não exijo nada demais, apenas um trabalho de seis horas diárias que pague o suficiente para eu puder pagar a conta do telefone e pagar meu curso de inglês. Só isso.
E quando chega neste ponto onde nada parece se encaminhar para o objetivo tão desejado, é que eu começo a me sentir uma espécie de ser desprezível que não merece piedade de ninguém. Me sinto extremamente incapaz e um peso no mundo.
Não adianta eu reclamar com as pessoas. Pois elas já estão cansadas das minhas lamentações. Já pedi a Deus que as coisas mudassem mas até agora nada ...
E sinceramente posso ter até tido uma chance de entrevista essa semana, mas com o problema na minha Internet é bem provável que tenham me enviado um e-mail e eu não ter lido.
Se isso realmente aconteceu, confesso que, se não fosse católica estaria pondo um fim na minha vida. Pois o meu senso de inutilidade está chegando a um nível drástico. Estou perdendo a minha própria identidade, me sinto uma maluca tentando ser alguém que não sou. Uma pobre coitada marcada por um acidente de trânsito que a deixou com o rosto diferente. Uma criança que tem dezenove anos, mas que tem sérios problemas de fala. Mas como os contratadores vão saber disso se eles nem me entrevistaram ainda?
Aí todas essas desconfianças vão por água abaixo, pois não há possibilidade de me conhecerem. E por fim, consigo entender que o meu grande problema é um azar dos gingantes por ter começado a minha vida acadêmica e profissional, no momento mais repugnante de nossa economia brasileira. Somos os filhos da crise econômica nacional ... tudo por ir embora daqui.


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