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Manifestações, preconceito por idade e reflexões cotidianas

Bom meus caros leitores, eu sei que tenho estado muito sumida e se vocês me conhecessem há uns três anos atrás provavelmente não iriam reconhecer comparando com o que sou hoje.Pois, com certeza, em meio a todos estes protestos eu estaria gritando "vamos pessoal! sejam revolucionários! Geração coca-cola ativar!".
Mas hoje, com a minha rotina exaustiva de mais de 12 horas fora de casa, comendo marmitas esquentadas por nada mais nada menos que a versão humana do "Seu Sirigueirjo" não há uma gota de energia sequer para que eu possa me entusiasmar com as manifestações. Cadê aquela menina que queria mudar o mundo?
"A vida muda, os amigos mudam e o importante é você seguir em frente", já dizia Demi Lovato. Por mais que hoje em dia eu não seja mais fanática por ela, tenho a absoluta certeza de que está frase é uma das frases mais coerentes da vida. Porque a vida muda e nós mudamos com ela.
Em 2013, eu era uma menina que estava no ensino médio, fugindo da depressão e que não sabia o que queria fazer da vida de fato. Achava que o curso técnico ia resolver todos os meus problemas e que os professores não passavam de uns ultrapassados que só pensavam no vestibular da UFRGS - ainda penso as mesmas coisas a respeito deles mas ... vamos ao que interessa.
E hoje eu sou uma adulta, que sabe que tem responsabilidades, que precisa construir um futuro para poder se sustentar, se preocupando com as pessoas mais necessitadas mas sem nenhum tempo para ir para as ruas brigar por justiça. Como cidadã eu tenho plena consciência de que deveria ir até as ruas e protestar, mas não me sobra tempo para isso.
Acredito que a atitude de ir para as ruas protestar é muito válido. Mas não quero que as pessoas me obriguem a fazer isso, Pois esse tipo de coisa deve ser um desejo que brota do interior.
Mas algo que tem me incomodado muito nas manifestações é o fato das pessoas se apegarem demais aos ícones. Explicando melhor, as pessoas estão exibindo cartazes com fotos do juiz Sérgio Moro, colocando-o como um herói, sendo que ser honesto e julgar os criminosos seguindo as leis é mais que uma obrigação de uma pessoa que ocupa um cargo como o dele - melhor dizendo, TODOS NÓS devemos ser honestos.
Entendo que é importante nós valorizarmos aqueles que são justos e que atendem aos interesses da nação, mas não podemos julgar um lado como o mais perfeito e correto do mundo e o outro o mais errado e imperfeito do mundo. Temos que saber que todas as pessoas carregam interesses por trás de si e que mesmo eu, sendo um modelo de honestidade - na visão das outras pessoas - já pratiquei algo ilegal, como por exemplo, falsificar uma licença de um software.
E entrando no outro tópico no qual traz o título da postagem, hoje presenciei uma situação por deveras desagradável. Uma mulher, com seus mais de 55 anos - acredito eu - estava na faculdade indo imprimir algumas folhas e foi vítima de uns comentários com teor de deboche por parte de alguns alunos - ela pode não ter percebido, mas minha audição ultra aguçada sim.
Como o mundo é preconceituoso! Fico pensando se um dia vou me relacionar com aquele menino de 15 anos no qual falei. Como irei aturar este tipo de comentário por parte da sociedade? Sou muito frágil para essas coisas e realmente, não será algo muito normal eu ter que levá-lo até a escola de carro enquanto eu estarei me formando na faculdade. As pessoas debocham e não aceitam.
Por mais que eu tente ignorar o que a sociedade diz, o amor tem que ser muito forte para aguentar todas estas tribulações.
E ontem, quando estive conversando com ele percebi a grande distância que existe entre nós. Quando eu chegava do trabalho às 8 h da noite, ele me pergunta calmamente se eu estava jantando. "Cara! Eu trabalho! Eu chego tarde em casa, dá para entender? Não estou no segundo ano do ensino médio como você e sua vidinha regida pelos pais. " Talvez eu esteja um pouco nervosa para um início de relacionamento - na verdade, um relacionamento que não começou e que nem tem previsão de começar.
E é difícil refletir sobre quem você é em meio a tantas tribulações da sua vida. Refletir o seu passado e tentar pensar no que será o futuro. Será que somos reflexos disso?
Sei que são assuntos totalmente opostos - o preconceito e as manifestações - mas era necessário que eu pudesse colocar o que eu acredito a respeito destes dois temas.

Até mais !

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