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"Bridget, nossa história termina aqui"


Nestas férias acabei mergulhando de cabeça numa incessante busca por livros nos quais pudessem me divertir, fazer parte da minha lista de livros-que-agregam-ao-camarote e me distrair diante de um veraneio onde não saí de casa e virei praticamente uma vampira.
E entre estes downloads e aquisições de livros físicos, encontrei "Bridget Jones: Louca pelo garoto" que me fez pensar o seguinte: "ah, daquele filme que vi há uns anos atrás. Nem sabia que tinha livro" e então comecei a ler.
Como tudo na minha vida começa pelo avesso, realizando uma pesquisa, descobri que aquele era o terceiro livro da série e que eu estava embarcando numa história pelo fim - eu já estava na página vinte quando descobri isso. Então, acabei apagando da minha memória tudo que eu já havia lido até o momento e fui diretamente às origens lendo "O diário de Bridget Jones", em seguida "Bridget Jones: No limite da razão" e por fim, "Bridget Jones: Louca pelo garoto".
Foi a segunda vez na vida que leio uma trilogia, mas nesta ocasião houve um apego tão grande que foi difícil de ler a última página do terceiro livro e não dar um pequeno aperto no coração - um apertinho.
Por mais que a obra de Hellen Fielding não seja um clássico da literatura, são livros nos fazem rir, entender um pouco da personalidade das pessoas e acima de tudo encontrar alguma identificação com algum traço de Bridget.
Bridget Jones, uma espécie de heroína da era contemporânea relata em seu diário suas peripécias - palavra antiga, eu sei - suas desilusões, amores, relações familiares, trabalho, etc., mas tudo isso sendo tratado da forma Bridget-Jones-de-ser, ou seja, um tanto quanto inusitado.
Muitos dizem que a personagem de Bridget é capaz de captar um pouco da personalidade de cada mulher. E tenho plena certeza que sim, pois haviam momentos em que eu lia e pensava "Bridget você é a pessoa mais idiota do mundo!", mas havia outros em que eu dizia "Nossa! Me identifiquei pacas contigo, Bridget!", ou seja, ela é um verdadeiro redemoinho de intensos pensamentos e ações.

O diário de Bridget Jones - Conta as aventuras de Bridget no ano de 1997, onde ela acaba tendo um romance com seu chefe, chamado Daniel e nesse meio tempo ela conhece o nosso perfeito e cavalheiro Mark Darcy (o grande amor da vida de Bridget). Ela está com 35 anos nessa época e vive cercada de comentários grosseiros por parte de seus familiares - sim, aqueles tios chatos - que estavam sempre a perguntar porque Bridget estava solteira. Muitos dizem que este livro é uma releitura de "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen, por haver toda uma situação de diferença de classes sociais e personalidade entre Bridget e Mark Darcy, assim como Elizabeth Bennet e Mr. Darcy no romance de Austen - e foi por essa razão que conheci as obras da autora.

Bridget Jones: No Limite da Razão - Narra o ano posterior do primeiro livro, onde ela começa extremamente feliz por estar ao lado de Mark Darcy. Mas por uma série de mal entendidos e situações inusitadas culminam para que este casal se separe ao longo de um ano inteiro. Durante este ano Bridget se envolve incessantemente em seu trabalho, onde ela consegue através de seu amigo Tom, uma entrevista com Collin Firth - que inclusive interpreta Mark Darcy no filme e que também interpreta Mr. Darcy da série "Orgulho e Preconceito" - e foi uma das partes mais memoráveis do livro e que me fizeram considerá-lo o melhor das trilogia. Bridget também faz uma viagem com sua amiga e na volta, por engano, ela acaba sendo presa. Depois de toda esta confusão dentro de uma prisão, Mark Darcy consegue a liberação de Bridget da prisão - já que ele era advogado - e os dois se casam. Muitos dizem que esta obra é uma releitura de "Persuasão", também de Jane Austen.

Bridget Jones: Louca pelo garoto - (spoiler gingante) Todos que já conhecem os livros da Bridget, sabem muito bem o que acontece no terceiro livro e não precisa folhear muito para saber: Mark Darcy não está vivo. Nesta obra, Bridget já tem 50 anos e dois filhos: Billy e Mabel. Na história, ela tenta lidar com toda esta questão de viuvez, criar os filhos, sair da depressão e conhecer um novo amor. E eis que ela conhece um garoto - nem tão garoto, mas no livro todos o tratam assim - chamado Roxster, que tem 30 anos. A diferença de idade entre os dois no início do relacionamento não fazia importância. Mas foram passando os meses e Roxster realmente não se enxergava ao lado de Bridget no futuro e era reciproco. Nesse meio tempo nossa heroína está se inserindo no ramo cinematográfico fazendo um roteiro para um filme. Com o passar dos meses Bridget percebe que não precisava apenas de alguém que a amasse e que quisesse estar com ela, mas sim, alguém que estivesse disposto a amar seus filhos a estar presente com eles. E por fim ela se apaixona pela pessoa mais inesperada possível, mas não irei contar, porque mais um spoiler seria crueldade.

Amizades: Em todos os três livros tivemos a presença incessante dos fiéis escudeiros, amigos de todas as horas de Bridget. Em "O diário de Bridget Jones" encontramos intensa presença de Tom, Sharon e Jude. Em "Bridget Jones: No limite da razão", encontramos Magda, Jude e Sharon - Tom um pouco fora de cena. E em "Bridget Jones: Louca pelo Garoto" encontramos Jude, Tom, Thalita e Rebecca - sua vizinha.

De toda a trilogia, o que mais gostei foi "Bridget Jones; No limite da razão" e o que menos gostei foi "Bridget Jones: Louca pelo garoto " - pois  essa ideia do Mark morrer, não fui capaz de aceitar ainda e houveram momentos em que eu me emocionei, mas logo em seguida eu acabava rindo, pois ela sempre falava uma coisa maluca, após ter falado uma coisa séria.
Enfim, se você é uma pessoa que está procurando uma leitura pra se divertir, dar boas risadas, entender um pouco da vida urbana de Londres este é o livro ideal. Agora, se está interessado em uma leitura que é considerada um clássico, onde utiliza-se de uma linguagem mais rica e conte uma história mais envolvente, então recomendo a leitura dos livros da Jane Austen.

E agora só me resta esperar pelo filme "O Bebê de Bridget Jones" que é baseado nas histórias que Hellen Fielding publicava nos jornais.


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