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Vamos falar de vida?

Às vezes tento pensar como Norman, mas sei que sim, eu sou muito mais louca que o mundo. 
     Mais especificamente da minha vida.
   Em toda a minha breve existência de quase 20 anos eu nunca me senti tão confusa. A cada dia penso de um jeito, mudo de humor, repenso todo o meu projeto de vida, durmo mais e sim, eu cogito que a minha morte seria a solução (pensamento nada cristão esse, ?).
   Comecei a pensar em que momento a minha vida perdeu totalmente o equilíbrio. E cheguei a conclusão que foi quando eu comecei a trabalhar (ou seja, neste ano). E isso me angustia ainda mais, pois sei que tenho muitos e muitos anos de trabalho pela frente.
   Então vamos para as razões que me deixaram infeliz/frustrada/confusa (qualquer um desses sentimentos pode ter ocorrido) no dia de hoje: 
   Primeiro, cheguei no meu trabalho com uma enorme infelicidade por ter que ir para lá. Por mais que neste período de férias eu não tenha nenhum trabalho a fazer (apenas ler livros) eu acabo me sentindo extremamente inútil, sendo que o meu emprego dos sonhos era estar fazendo algo útil, onde eu pudesse programar ou atuar como analista de sistemas (afinal de contas já estou indo para o quarto semestre  e não colocando nada do que eu aprendi em prática).
   Segundo, lembra aquele garoto de 15 anos que eu estava quase namorando? Pois bem, durante umas 3 semanas, ficamos naquele tipo de paquera fofa que acontece entre casais que estão se conhecendo. Havia dias em que eu me irritava profundamente com ele (devido à sua imaturidade) e ele foi extremamente paciencioso comigo. Mas houve um dia em que aquela gota d'água pingou de forma muito fria em minha cabeça o que me levou a chutar literalmente o balde. A situação foi a seguinte: eu estava organizando com o pessoal do grupo de jovens a festa julina, e sim, ele também deveria estar ajudando. Mas o que eu vi foi ele brincando com uma bola de futebol feito criança e eu tendo que xingar ele como se eu fosse a mãe dele. E foi nesse exato momento que percebi que não tenho vocação para ficar admoestando um garoto mais novo que eu. Eu não posso lidar com isso, não adianta. Não tenho o direito de ficar xingando e criticando-o por isso, pois ele está na idade de ter este tipo de comportamento. O problema é que eu sou a pessoa errada para ele. 
     E no sábado eu me senti extremamente bem com a decisão, me senti uma garota livre, leve e solta. Mas não fui capaz de perceber que na segunda-feira eu me sentiria mal. Mas não me senti mal pelo fato de talvez ter magoado ele, mas sim, de não ter mais alguém me dizendo "eu te amo", "meu anjo", "meu bem" e "meu amor", de não ter mais alguém curtindo e comentando todos os meus posts no Facebook, pois no momento em que eu disse que não tinha como continuar, ele parou de falar e fazer essas coisas. Isso me murchou ... Eu me senti fraca, pois o fato de saber que alguém me amava me deixava forte. Como eu disse no post anterior, eu necessito ser amada, mas não quero amar ninguém. 
    Terceira situação é que depois que discuti com um dos meus melhores amigos sobre a catequese, ele não voltou a ser a mesma pessoa que era antes. Nossa amizade ficou distante e não conseguimos mais conversar daquela maneira divertida e aberta como antes, o que tem me levado ao sentimento de solidão.
    E a quarta situação que me levou ao desânimo foi o fato da passagem de ônibus ter aumentado 14%, que fazendo os meus cálculos, apenas passagem de ida para o trabalho corresponde a 1 hora do meu trabalho, ou seja, o dinheiro está curto, eu não consigo trocar de emprego e a crise está afetando o meu autoestima. 
    Você pode pensar que estas coisas nas quais citei são pequenas, e de fato são, mas para uma pessoa que devia estar há tempos se tratando com o psicólogo são coisas que afetam. Eu estive diversas vezes a ponto voltar ao consultório do psicólogo, mas não consigo. Eu sinto que vou me sentir mal e que nada vai resolver.
   Comparando meu 2015 com 2016 confesso que preferiria mil vezes o ano anterior, pois naquela época eu tinha muito mais tempo e cuidava muito mais da minha espiritualidade. Eu tinha mais tempo e disposição para rezar, eu não pensava em garotos, eu tinha a tarde livre para dormir e sim, eu não estava preocupada em ter um computador novo, afinal de contas tudo o que eu tinha já estava de bom tamanho. 
    Mas tudo na vida passa e 2016 chegou em com um grande objetivo traçado: a busca por um emprego. E eis que eu encontrei, já que era algo que eu sonhava tanto. Porém quando se chega na colina, acabamos por perceber que ela não tem uma vista tão bonita e o que acontece? Você se decepciona. Você faz diversas contas, vive sem dinheiro, trabalha, trabalha e trabalha e não recebe estímulo algum. Trabalha ao lado de pessoas que bufam, que odeiam o que fazem e que fingem que não te conhece na rua. Pois bem... "a humanidade é desumana" já dizia Renato Russo. 

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