Pular para o conteúdo principal

"Quero me encontrar mas não sei onde estou"


CHORO COMPULSIVO : ON
Créditos do título: trecho da música "Meninos e Meninas" - Legião Urbana 
   Desde que o semestre iniciou as coisas não estão muito bem. Na verdade, eu que não estou bem. A questão de passar a última semana doente foi apenas o resultado de toda uma onda de estresse que pairou na minha vida desde que as aulas começaram.
    De fato, eu sou uma inquieta. Mas o que mais me incomoda em tudo isso é que eu nunca estou satisfeita com nada, ABSOLUTAMENTE NADA. É bem capaz de um cara de cabelos compridos aparecer na minha frente tocando "Don't Stop Me Now" no piano e me pedindo em casamento eu irei recusá-lo. Mas por que tamanha insanidade? Porque eu sempre estou em busca de novas emoções
   Emoções nas quais eu chamo de sonhos e que nunca sou capaz de realizá-los, pois a minha vida, sim, ela continua a mesma e o que modifica com o passar dos anos é o fato de meus sonhos darem um giro de 360 º C. 
    Neste último mês eu tive um grande desejo de trocar de emprego. Pois a cada dia me sinto como se meu conhecimento estivesse sendo enterrado em um caixão repleto de cadeados - pois eu não aplico NADA do que aprendo na faculdade aqui, sendo mais específico, este emprego é para quem está cursando técnico em informática, curso no qual eu já terminei há mais de dois anos.
    E hoje, no meu desespero ao olhar um extenso problema de programação para resolver eu senti uma enorme vontade de desistir da faculdade e mergulhar de cabeça em uma outra área, ou seja, fazer qualquer coisa da vida, exceto programar. 
    Mas esse senti-se "um peixe fora d'água" é algo que tem acontecido em praticamente todos os lugares onde estou. Pois a solidão tem sido uma companheira constante. Durante toda a aula permaneço sozinha e à tarde também - pois o fato de atender centenas de pessoas não significa que elas serão capazes de preencher algum vazio que você tem. E apenas à noite, tenho a companhia dos meus pais e familiares - um tempo que dura no máximo duas horas. 
    Sinto muita falta dos meus amigos. Sinto falta daquele tempo da escola em que nos sentávamos embaixo de uma árvore e conversávamos sem esgotar os assuntos, ríamos sem pensar no amanhã e as aula não pareciam pesadas ou encaradas como obrigação, era algo tão leve que nos impulsionava a ir todos os dias para estarmos juntos. Por que essas coisas acabam? Por quê?
    Na minha solidão diária, principalmente quando estou no ônibus, reflito muito sobre isso. E principalmente o fato de que a impressão que tenho é que todo mundo seguiu em frente, exceto eu que a cada ano que passa fico remoendo mais e mais o passado - o que tem me tornado uma pessoa chata e saudosista. 
   Sei que meus amigos atualmente têm suas vidas e provavelmente eu não sou mais a melhor amiga deles. E isso me traz uma angústia terrível. O sentimento de que ninguém me considera melhor amiga e que por mais que eu tenha vários amigos, quase ninguém é capaz de entender o que eu sinto. 
     E tudo isso é o que tenho pensado nos últimos dias meus caros leitores. Perdoem-me pelo texto  - que é deveras ruim. 

Comentários