Pular para o conteúdo principal

Da vida nos meses de Junho e Julho

   Olá meus caros leitores,
  Fazia muito tempo que não surgia uma nova postagem nestas humildes páginas do meu blog. Motivo: Muitos rascunhos, mas pouca certeza de que realmente era um bom texto.
   E agora, dane-se se este texto será bom ou não, simplesmente quero escrever.
  Como havia comentado anteriormente (não tenho absoluta certeza), no mês de abril fui vítima de um assalto. Fiquei amedrontada sim, mas até aí tratava-se de uma atitude esperada tendo vista da situação que passei . O problema foi que um mês e meio depois, comecei a ter crises de pânico no ônibus, em qualquer dia, qualquer horário, com qualquer pessoa que fosse (na verdade, existem alguns requisitos para que eu sinta medo da pessoa, por exemplo, ela deve ser: homem, usar boné, entrar rapidamente no ônibus e sentar nos últimos bancos). 
   Talvez vocês ainda não estejam entendendo como funciona as minhas crises de pânico, mas vou tentar explicar de forma bem resumida: se eu sou a primeira pessoa a embarcar no ônibus ou entro no meio do caminho, fico olhando atentamente as próximas pessoas que entram  ou que já estão no ônibus e se, esta(s) pessoa(s) aparenta(m) ser uma ameaça a mim, meus batimentos aumentam, fico com dificuldade para respirar, sinto uma vontade enorme de gritar e sair correndo, sinto fortes dores de cabeça e no estômago. 
   Toda a vez que utilizo o transporte público (de duas a três vezes ao dia) eu passo por essa situação insuportável. 
    Diante de tantos trabalhos finais na faculdade e toda essa tensão ao embarcar no ônibus, acabei passando por um momento muito nebuloso. Queria parar de viver, não queria mais rezar nem ir na igreja. Simplesmente eu queria que tudo aquilo acabasse pois me sentia uma pessoa totalmente sem importância. 
    Para piorar, a minha gata foi atropelada (por acidente pelo meu pai) e acabou quebrando a pélvis em dois lugares. Ela ficou praticamente um mês sem caminhar, teve que ficar presa dentro de uma gaiola e sentia fortes dores. Foi muito triste ver todo o sofrimento que ela estava passando, principalmente por ela ser a gata mais querida e dócil em relação aos meus outros gatos. Essa situação fez com que eu ficasse mais deprimida ainda e começasse e me questionar "por que os animais precisam passar por isso?", "por que no mundo necessita haver sofrimentos tão grandes?", gerando obviamente uma revolta interna.
    Mas a tendência é tudo passar.
   Minha gata está melhor, passei em todas as disciplinas da faculdade (com notas altíssimas) e o medo no ônibus ainda não passou. E como eu não quero viver o resto da vida com esse problema de provável síndrome do pânico resolvi dar um basta na situação.
   Com intuito de me ajudar, minha mãe resolveu me indicar um médico que até então eu achava que era um neurologista. Como ela mesma dizia "ele é ótimo, escuta a gente e vai te indicar o melhor tratamento. Olha como eu melhorei?", por isso resolvi aceitar sua indicação e fui com ela até o consultório.
    Chegando lá, sentei na cadeira em frente ao médico, falei tudo o que estava sentindo e passando, tentei fazer um apanhado da minha infância em poucos minutos e ele simplesmente não disse uma palavra sequer. A única coisa que ele me disse foi: "quer iniciar um tratamento?", como se os meus problemas fossem triviais e que um remédio seria a solução de tudo.
   Eu esperava que ele pudesse me dar conselhos, falar palavras que me animassem, me deixasse com uma nova esperança. Ele até poderia falar da nova perspectiva que o remédio poderia me dar, mas nem isso ele foi capaz. Provavelmente ele deve ter pensado "vamos dopar essa idiota para que ela pare de se queixar dos seus problemas". De fato, foi decepcionante a experiência com esse médico.
    Por isso, decidi buscar uma segunda opinião médica. Marquei uma consulta com uma psiquiatra e estou aguardando, tenho grande esperança que ela me dê perspectivas melhores do que a que tive anteriormente.
    Também resolvi retornar aos velhos hábitos de ser uma paroquiana mais ativa. Voltei a fazer direção espiritual com o padre e estou indo duas vezes na semana à Miss. De fato, eu preciso voltar à minha essência, a minha alegria interior, que, por mais que fosse pouca, existia algo em mim mais positivo e com mais fé, que só Deus é capaz de dar.
     Meu namoro não anda às mil maravilhas, porém eu rezo todo o dia para que a situação melhore.
    De leituras, no momento estou lendo  "O nome da Rosa" de Umberto Eco e estou delineando um itinerário de leitura regado com muita calma porque sei que a leitura é considerada cansativa para alguns.
     De séries, estou assistindo Orphan Black, na qual estou viciada, e aos poucos, a quinta temporada de Bates Motel.
     A partir de sexta-feira entro em férias e pretendo me desligar totalmente do estágio. Não quero saber de nada, apenas reconstruir em quinze dias o que destruí em seis meses na minha vida. Uma nova pessoa, uma nova perspectiva (perdoe-me se for redundante) mas é isso que preciso.
     Não sei se era desta forma que queria terminar o texto, porém foram dias e dias de escrita, por isso ele deve ter sofrido sérias alterações.
    E é isso minha gente. Até mais!

Comentários