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Como as coisas se repetem

  
Fechando as portas para vocês, "inimigos"
 Por mais que o tempo passe, os momentos e o contexto de sua vida mudem, sempre há aquela situação você tem uma pequena impressão de que há fatos se repetindo. E foi exatamente isto que aconteceu comigo nesta semana.
   Começamos o semestre, matéria: Projeto e Desenvolvimento. Trata-se basicamente de uma disciplina onde se desenvolve um projeto de software, em grupo e são realizadas entregas contínuas de pequenas de partes do projeto, culminando no fim do semestre na entrega do sistema completo. A formação destes grupos deu-se através de um formulário no qual preenchemos e professora fez uma espécie de junção entre os interesses de cada um.
    Eu estava bem ansiosa para o momento em que ela divulgasse esses grupos, pois, eu tinha apenas duas restrições: duas pessoas que eu tenho pavor e que já foram minhas colegas anteriormente. De fato, aquelas pessoas me causam pânico e uma verdadeira repulsa.
    E na hora fatídica da divulgação dos grupos, eis que a professora chama o primeiro grupo e quem estava lá? As duas pessoas e eu. A minha expressão foi de verdadeira mumificação, no qual eu não era capaz de me mover da minha cadeira nem me direcionar até o local que o grupo estava reunido.
   Criei coragem e fui até lá. Pensei da seguinte forma: "Talvez Deus queira me mostrar que existem formas de lidar com aqueles que consideramos inimigos. Vou tentar dar o meu melhor e ser uma boa cristã." e então armei-me da armadura da fé e da positividade acreditando que as pessoas pudessem mudar.
   No início parecíamos estar em rumo a um consenso, porém no andar da carruagem as coisas começaram a ficar tensas. Na primeira aula em que o grupo estava reunido, tínhamos debatido as ideias, pensamos em dar uma boa pesquisada sobre os temas escolhidos e a professora de alguma forma tentou mediar a discussão não pendendo para nenhum lado, mas apresentando os pontos positivos e negativos de ambas as partes.
   Na segunda aula, percebi que as coisas estavam piorando (no sentido de que estávamos caindo no abismo, sem exageros). As discussões começaram, os "inimigos" manipularam praticamente todos os membros do grupo, sobrando apenas um colega mais velho e eu, defendendo a ideia mais plausível. Infelizmente na hora de mediar a discussão a professora pendeu para o lado da maioria, e os infantis e acima de tudo "inimigos" começaram a debochar de nós. 
   O deboche, a presunção, a sensação de que eu estava sendo uma ridícula diante do grupo fez-me questionar o porquê de estar ali. Será que de fato eu, uma pessoa que está tratando seu problema de síndrome do pânico precisa estar passando por uma coisa dessas? Será que aos meus 20 anos de idade ainda preciso sofrer bullying e ser desrespeitada desta maneira? Não. Se eu me amo, eu preciso dizer "não" para estas coisas.
   E foi exatamente isso que eu fiz. No fim da aula, fui até a secretaria e efetuei o cancelamento da disciplina. Dane-se, não importo se terei que fazer esta disciplina juntamente com o TCC. É muito melhor ficar sobrecarregada, mas ao lado de pessoas melhores do que essas. 
    O mais impressionante de tudo é que as pessoas que mais sabiam programar no grupo era meu colega mais velho e eu, sendo que o restante mal sabia uma linguagem de programação. Como eu já trabalho com projetos na empresa onde atuo, meu objetivo era passar a eles que um projeto mais complexo requer conhecimento e que nós não temos tempo nem bagagem o suficiente. Mas enfim, eles tiveram esta escolha e que sinceramente, se ferrem. Pode ser egoismo da minha parte, mas mais egoísta foram eles que me destrataram e me pintaram como uma idiota.
    E voltando ao título que fala que as coisas se repetem, há um ano passei por algo semelhante (que inclusive relatei aqui no blog), quando cancelei uma disciplina pelo fato do professor ser um verdadeiro monstro. No ano seguinte ele foi demitido e entrou um professor infinitamente melhor, onde eu pude ter um aproveitamento bem maior da disciplina. Ou seja, acredito que estas decisões muitas vezes são providenciais e que tem por trás um grande objetivo, no qual nos mostra que nem tudo é no momento em que a gente quer, mas sim, quando Deus quer. 
    E não pensem que estou angustiada, pois está tudo bem, estou feliz com a minha decisão.

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